sábado, 26 de fevereiro de 2011

A importância de se debater o Movimento Estudantil de Ciências Sociais nas Universidades Privadas.

A importância de se debater o Movimento Estudantil de Ciências Sociais nas Universidades Privadas.

 Ocupação da Reitoria da PUC SP em novembro de 2010 por estudantes, muitos das ciências sociais.

Por Antony Diniz, da PUC MG.

Na proposta do XXVI ENECS levado para apreciação no CONECS, realizado em Janeiro na Rural do Rio de Janeiro, estava a criação de um GD para debater o movimento estudantil de ciências sociais nas universidades privadas. Ao que tudo indica, essa proposta de GD foi bastante polemica, e ao que me consta, até mesmo chegou a ser atacada.
Eu, como estudante da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e militante do movimento estudantil á quase 4 anos, atual gestão do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais da minha instituição e membro da C.O. desde a sua formação em Bélem, lhes garanto: nunca se fez tão necessário o debate sobre os limites e rumos da atuação política do ME nas universidades particulares como agora. Tenho sido presença frequente nos ENECS, desde 2008, quando entrei no curso; e assim como vários outros estudantes das particulares, vi o debate sobre o ensino superior, a formação do cientista social e as muitas outras questões que nos enchem de horror e indignação serem debatidas sobre uma ótica majoritária dos estudantes das universidades públicas. Uma só perspectiva tem sido construída, apesar da luta do movimento estudantil não se restringir as federais.
O que tenho a dizer sobre isso é que, nós, os alunos das instituições particulares, também nos engajamos nas mais diversas lutas políticas; nós também somos açoitados pelo Capitalismo (Só nós sabemos o malabarismo que precisamos fazer para pagarmos nossas mensalidades abusivas, com reajustes cruéis e podermos concretizar nossa formação! Pois acreditem, o Vestibular impõe um muro muitas vezes alto demais para muitas trajetórias de vida, e a única chance que temos é pagar caro para termos o que muita gente conquista com facilidade e muito apoio) e por todas as formas de opressão que coloca a sociedade brasileira sob o fio da navalha a todo instante.
Se nas universidades públicas tem se enfrentado questões como o REUNI e a precarização do ensino sob a égide de uma pretensa democratização do mesmo, nas universidades particulares sentimos essas mesmas garras nos envolvendo, e com tons muitas vezes mais dramáticos. O PROUNI, que deveria ser uma política pública de democratização da educação, se coloca como um empecilho para a ampliação das bolsas aos estudantes e na prática só garante que as particulares não serão “vitimas” das inadimplências dos alunos. Não existe nenhuma política efetiva, hoje, que garanta aos alunos necessitados delas a possibilidade de estar numa instituição de ensino superior. O sucateamento do sistema de ensino também atinge aos futuros pesquisadores e professores formados pelas universidade particulares.  As oportunidades de extensão, estágio, orientação e etc, nas particulares estão condicionadas á condições que o Mercado impõe.
Isso e muito mais, nos diferencia de vocês, e ainda que clamemos pela união de todo o movimento estudantil, para que assim sejamos mais fortes para lutar contra os nossos inimigos; não conseguiremos essa união negando as nossas diferenças.Temos nossas especificidades, e elas nos fazem ver as coisas de forma diferente. É pelo direito á essa visão, e pela oportunidade de falar sobre nossas experiências que pedimos licença ao movimento estudantil para acolher nossa necessidade de falar e lutar.

Compartilhando a dificuldade de acesso à nossa própria cidade...

Bom Dia,
a CO do ENECS-BH decidiu que o BLOG não será apenas um espaço para notícias e repasses do Encontro, mas também para mostrar um pouco sobre nossa vivência como estudantes e cidadãos belorizontinos. Aberto para fotos, poesias, piadas, etc. e claro sobre o Brasil e América Latina.

Convivência: Belo-horizontino coleciona proibições

População convive com teatro sem pipoca, parque sem bicicleta, Carnaval sem rua, passeio sem mesa de bar


“Praia da Estação” começou em dezembro de 2009, quando foi proibido “todo e qualquer tipo de evento”

Imagine uma cidade sem manifestações culturais nas ruas, como as micaretas e o Carnaval. Sem feiras populares, sem mercados tradicionais, sem mesas de bares e restaurantes nas calçadas, sem pipoqueiros na porta dos teatros e cinemas. Nos parques, a única prática 100% legal é a contemplação. É proibido andar de bicicleta, deitar na grama, levar o cachorro para passear e até esticar as costas deitado nos bancos. E as atividades remanescentes de uma época menos restritiva estão ameaçadas. Por lei, esta cidade é Belo Horizonte.

Nas últimas duas décadas, a palavra de ordem do poder público na capital foi uma só: “é proibido”. Leis propostas, aprovadas pela Câmara Municipal e sancionadas pelos prefeitos Eduardo Azeredo, Patrus Ananias, Célio de Castro, Fernando Pimentel e Marcio Lacerda proibiram a maior parte das manifestações públicas cidade afora.

Agora, novos planos, ainda em fase de estudo, pretendem retirar da Avenida Afonso Pena a Feira de Artesanato – a maior do gênero em toda a América Latina. E das calçadas do boêmio Bairro Santa Tereza, na Região Leste, mesas de todo e qualquer bar, já que os passeios são estreitos demais. As duas medidas enfrentam resistência de comerciantes e associações de moradores.
 

A primeira vítima da moda de “proibir” foi o desfile de Carnaval na Avenida Afonso Pena. Depois de uma sequência que começou em 1959, com interrupções nos anos de 1977 e 1989, os desfiles das escolas foram definitivamente proibidos em 1992, durante a administração de Eduardo Azeredo. O motivo: muita sujeira, e os blocos atrapalhando o trânsito.

“O Carnaval com blocos na Afonso Pena era diferente de todos os outros do país. Aqui, eles subiam a avenida, e a multidão fazia a tradicional Guerra de Confete na altura do Cine Brasil, na Praça 7. Era uma farra”, conta Luiz Mário Jacaré Ladeira. Ele é um dos fundadores da Banda Mole, que há 36 anos movimenta o Centro de BH no sábado anterior ao de Carnaval.

A própria Banda Mole foi vítima de proibição, depois de uma série de incidentes em 2003. Naquele ano, a Polícia Militar acabou usando de truculência para conter foliões que subiam a Rua da Bahia. Os foliões saíam da Praça 7, subiam Rua da Bahia, desciam Guajajaras ou Timbiras e retornavam para o local de origem, arrastando uma multidão do meio-dia até depois das 22 horas.

Outras baixas das reclamações de vizinhos incomodados com o barulho e com o xixi na rua foram o Micaronte, que morreu depois de sua primeira edição, em 199, e o Carnabelô, que depois de cinco anos foi transferido do Centro de BH para o Mineirão e depois para o Megaspace,
em Santa Luzia.
Matéria do jornal "Hoje em Dia", dia 20/02
Augusto Franco - Repórter - 20/02/2011 - 09:33  
Carlos Rienck Praça da Estação

Postado por (Fernanda) MARIA e Weslaine Wellida 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

 
Atílio Borón - A importância das Ciências Sociais

 

Atílio Borón - El fetichismo democrático en América Latina

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Carta aos Estudantes de Ciências Sociais


Caros(as) estudantes,

Nós da comissão organizadora do XXVI ENECS, preocupados(as) em deixar todo o movimento estudantil a par do andamento da organização do encontro, decidimos redigir esta carta respondendo às necessidades legítimas do MECS a respeito da desatualização do nosso blog e da falta de noticias, assim como apresentando as dificuldades encontradas pela C.O. na organização do evento.

Em primeiro lugar a falta de notícias ocorreu devido a participação de parte da C.O. no 8º EIV –MG, durante o qual não é viável o acesso a internet, dificultando a comunicação com o restante do grupo. Já a outra parte dos membros da organização estava de férias, sendo que alguns estavam viajando e outros em suas respectivas cidades. Entendemos a ansiedade por  notícias uma vez que a C.O. não tem um período de férias durante a organização do encontro, mas ressaltamos que a maior parte da situação estrutural do encontro foi relatada no CONECS, em Seropédica-RJ.

Em fevereiro voltamos a atividade e nos deparamos com alguns problemas sérios. O XXVI ENECS ainda não possui local para acontecer, pois em Belo Horizonte enfrentamos grandes problemas quanto a disponibilidade de locais públicos. A PUC-MG por ser uma universidade privada não permite que estudantes se alojem nas suas dependências. Quanto a UFMG,  o estatuto proíbe que a universidade sirva de alojamento para qualquer atividade, por isso a inviabilidade do alojamento ser na própria universidade como de costume. Nós da C.O temos consciência que este é um grande problema político, porém não está em nossa alçada, no momento, modificar o estatuto da UFMG.

Sendo assim, seguimos em frente e pensamos que poderíamos conseguir o estádio Mineirinho, que está localizado bem próximo a UFMG e cujo terreno pertence a universidade. No entanto, quando entramos em contato, o responsável (diga-se de passagem, um coronel indicado pelo nosso governo tucano) nos informou que o aluguel seria de 20.000 reais POR DIA e que não teria negociação, tornando este espaço inviável. Temos olhado outras possibilidades, inclusive próximas a BH, mas os orçamentos encontrados até o momento são INVIÁVEIS, atingindo a casa de 200.000 reais.

Apesar de todos estes problemas ainda temos algumas alternativas e estamos trabalhando ativamente para conseguir um lugar para alojar todos(as) os(as) estudantes. Neste momento estamos articulando com a prefeitura de Belo Horizonte para conseguir escolas municipais e com a Assembléia Legislativa para conseguir ou fazer uma pressão junto ao Mineirinho, no sentido de barateá-lo para nossa organização ou conseguir outro espaço no estado que nos comporte. Estamos passando por um período de muitas reuniões para resolver a estrutura do ENECS, por conta disso é que temos tido uma debilidade quanto da comunicação para os(as) estudantes, debilidade esta que sabemos que temos que resolver – e é este o sentido desta carta

Embora a estrutura ainda não esteja acertada, no que diz respeito à metodologia, o XXVI ENECS está bem formulado, conseguimos acumular bastante nesse sentido e muita coisa interessante e criativa está por vir! No CONECS já apresentamos a metodologia ao Movimento Estudantil de nosso curso. Lá saiu o encaminhamento de fazermos uma cartilha explicando como vai se dar o funcionamento deste ENECS, uma vez que mudamos muito em relação aos anteriores. A cartilha já tem seu esqueleto pronto e estamos trabalhando para que até o fim de fevereiro ela já esteja disponível para todos(as) os interessados.

Portanto não estamos parados, estamos apenas priorizando a questão estrutural que no momento é o que mais nos preocupa para que possamos recebê-los em julho. Também contamos firmemente com o compromisso de todo o MECS do país para que as escolas se preparem ativamente anteriormente, construindo o pré-enecs e desde já trabalhando na garantia de finanças para deslocamento. Dessa forma, estaremos juntos dando passos na construção de um ENECS que se pretende histórico.