sábado, 26 de fevereiro de 2011

Compartilhando a dificuldade de acesso à nossa própria cidade...

Bom Dia,
a CO do ENECS-BH decidiu que o BLOG não será apenas um espaço para notícias e repasses do Encontro, mas também para mostrar um pouco sobre nossa vivência como estudantes e cidadãos belorizontinos. Aberto para fotos, poesias, piadas, etc. e claro sobre o Brasil e América Latina.

Convivência: Belo-horizontino coleciona proibições

População convive com teatro sem pipoca, parque sem bicicleta, Carnaval sem rua, passeio sem mesa de bar


“Praia da Estação” começou em dezembro de 2009, quando foi proibido “todo e qualquer tipo de evento”

Imagine uma cidade sem manifestações culturais nas ruas, como as micaretas e o Carnaval. Sem feiras populares, sem mercados tradicionais, sem mesas de bares e restaurantes nas calçadas, sem pipoqueiros na porta dos teatros e cinemas. Nos parques, a única prática 100% legal é a contemplação. É proibido andar de bicicleta, deitar na grama, levar o cachorro para passear e até esticar as costas deitado nos bancos. E as atividades remanescentes de uma época menos restritiva estão ameaçadas. Por lei, esta cidade é Belo Horizonte.

Nas últimas duas décadas, a palavra de ordem do poder público na capital foi uma só: “é proibido”. Leis propostas, aprovadas pela Câmara Municipal e sancionadas pelos prefeitos Eduardo Azeredo, Patrus Ananias, Célio de Castro, Fernando Pimentel e Marcio Lacerda proibiram a maior parte das manifestações públicas cidade afora.

Agora, novos planos, ainda em fase de estudo, pretendem retirar da Avenida Afonso Pena a Feira de Artesanato – a maior do gênero em toda a América Latina. E das calçadas do boêmio Bairro Santa Tereza, na Região Leste, mesas de todo e qualquer bar, já que os passeios são estreitos demais. As duas medidas enfrentam resistência de comerciantes e associações de moradores.
 

A primeira vítima da moda de “proibir” foi o desfile de Carnaval na Avenida Afonso Pena. Depois de uma sequência que começou em 1959, com interrupções nos anos de 1977 e 1989, os desfiles das escolas foram definitivamente proibidos em 1992, durante a administração de Eduardo Azeredo. O motivo: muita sujeira, e os blocos atrapalhando o trânsito.

“O Carnaval com blocos na Afonso Pena era diferente de todos os outros do país. Aqui, eles subiam a avenida, e a multidão fazia a tradicional Guerra de Confete na altura do Cine Brasil, na Praça 7. Era uma farra”, conta Luiz Mário Jacaré Ladeira. Ele é um dos fundadores da Banda Mole, que há 36 anos movimenta o Centro de BH no sábado anterior ao de Carnaval.

A própria Banda Mole foi vítima de proibição, depois de uma série de incidentes em 2003. Naquele ano, a Polícia Militar acabou usando de truculência para conter foliões que subiam a Rua da Bahia. Os foliões saíam da Praça 7, subiam Rua da Bahia, desciam Guajajaras ou Timbiras e retornavam para o local de origem, arrastando uma multidão do meio-dia até depois das 22 horas.

Outras baixas das reclamações de vizinhos incomodados com o barulho e com o xixi na rua foram o Micaronte, que morreu depois de sua primeira edição, em 199, e o Carnabelô, que depois de cinco anos foi transferido do Centro de BH para o Mineirão e depois para o Megaspace,
em Santa Luzia.
Matéria do jornal "Hoje em Dia", dia 20/02
Augusto Franco - Repórter - 20/02/2011 - 09:33  
Carlos Rienck Praça da Estação

Postado por (Fernanda) MARIA e Weslaine Wellida 

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